Mafalda


quinta-feira, agosto 23, 2007


Não se deixe dominar!

Não é de hoje que o ser humano perde-se em vícios. Dentre eles, o tabagismo, o alcoolismo e o abuso de drogas são os mais preocupantes. Felizmente, hoje em dia o dependente é considerado portador de uma doença e não mais alguém sem caráter. No entanto, à medida que a sociedade se modifica, surgem outras formas de dependência, por exemplo: não conseguir se desvencilhar do computador e alimentar-se excessivamente ao passar por qualquer desagrado. Vícios como estes trazem prejuízos visíveis e assim não é difícil perceber que se trata de um problema. Porém, as práticas saudáveis, dependendo da forma como são realizadas, podem também aprisionar o indivíduo, mas, por serem valorizadas socialmente, são aplaudidas e vistas como apropriadas. Tudo que é feito exageradamente é potencialmente prejudicial...
Embora já compreendamos que o trabalho em excesso pode gerar estresse, temos o costume de admirar quem se dedica quase integralmente a seu ofício. Certamente os familiares de uma pessoa que não consegue deixar de trabalhar, queixam-se e exigem mudanças. Mas de nada adianta se a prioridade dela for o status social que o trabalhar demais proporciona: “por que julgarei minha conduta problemática se consigo o que desejo?” – provavelmente é assim que ela pensa. Mas se analisarmos atentamente não seria esta também a justificativa de um dependente de drogas?
Consumir pode tornar-se facilmente um vício, pois desde a mais tenra idade somos impelidos a isso: Ter para Ser é o que a nossa sociedade estimula. Para aqueles de alto poder aquisitivo, o consumismo dificilmente torna-se um grande problema (a não ser que seja desenfreado a ponto de causar danos às finanças familiares). Já entre as pessoas de médio e baixo poder aquisitivo, há os que se alimentam inadequadamente para poder satisfazer a necessidade de comprar uma roupa; outros investem em carros e equipamentos eletrônicos, mas são negligentes com a educação dos filhos. Porém, talvez não sejam consumistas compulsivos e sim “viciados” na idéia de que status é o bem máximo.
O hábito transforma-se em vício quando somos controlados por ele. A partir daí, não importam mais as conseqüências, uma vez que também não nos responsabilizamos por elas. Tornamo-nos vítimas. E perdemos o que acredito ser nossa maior preciosidade: a liberdade.

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