
Big Brother é o Brasil?
Recebi um e-mail que reforçou a minha opinião sobre o Big Brother Brasil: aproximadamente 29 milhões de brasileiros ligam para votar e sendo o preço da ligação R$ 0,30, o total gasto é de 8.700.000. Numa só noite! O Criança Esperança não consegue tal feito....
Eu posso até entender porque o Big Brother tem tanta audiência: no geral, as pessoas gostam de saber da vida alheia e, poder presenciá-la assim, ao vivo, já é um atrativo forte; além disso, o programa passa a sensação ao público de que este tem o controle da vida dos participantes, pois a saída da “casa” é decidida através da votação dos telespectadores. Um outro ponto, não menos importante, é o fato que os “big brothers” não são pessoas famosas e, pelo menos idealmente, são indivíduos comuns como qualquer um de nós: facilmente nos identificamos.
Entendo. Mas urge refletir sobre as explicações que listei acima. Primeiro: é prazeroso saber da vida alheia, mas o que há de tão especial no dia a dia desses participantes? O que há para ver? O cotidiano deles está distante de ser o que fazemos todo dia. Segundo: os telespectadores decidem sim a saída de um membro do programa, mas estão longe de decidir o futuro de vida deles. È uma falsa sensação. É um “truque” muito semelhante ao das propagandas publicitárias. Terceiro: os “big brothers” são pessoas escolhidas a dedo pela produção e duvido que não foram selecionados com a intenção de cativar a audiência (da mesma forma que os atores são escolhidos para seus papéis nas telenovelas).
Para compreender o fenômeno Big Brother com mais clareza, centrei-me na questão da identificação. Os participantes do programa não se mostram como pessoas inteiras (ainda tenho fé que não são somente o que parecem). Querendo ou não, estão representando na tentativa de agradar os mais variados tipos de brasileiros. É extremamente difícil ser genuíno nesta situação. A alternativa é mostrar o que é aceito socialmente, falar sobre o que todos entendem. Porém, isto não é um empecilho para o funcionamento do programa e sim o que permite seu sucesso: qualquer telespectador pode se colocar no lugar do participante, ou melhor, ocupar o lugar do “big brother”. Vence aquele que transmite um vazio suficiente para que a maior parte dos telespectadores possa se ver no papel dele.
Recebi um e-mail que reforçou a minha opinião sobre o Big Brother Brasil: aproximadamente 29 milhões de brasileiros ligam para votar e sendo o preço da ligação R$ 0,30, o total gasto é de 8.700.000. Numa só noite! O Criança Esperança não consegue tal feito....
Eu posso até entender porque o Big Brother tem tanta audiência: no geral, as pessoas gostam de saber da vida alheia e, poder presenciá-la assim, ao vivo, já é um atrativo forte; além disso, o programa passa a sensação ao público de que este tem o controle da vida dos participantes, pois a saída da “casa” é decidida através da votação dos telespectadores. Um outro ponto, não menos importante, é o fato que os “big brothers” não são pessoas famosas e, pelo menos idealmente, são indivíduos comuns como qualquer um de nós: facilmente nos identificamos.
Entendo. Mas urge refletir sobre as explicações que listei acima. Primeiro: é prazeroso saber da vida alheia, mas o que há de tão especial no dia a dia desses participantes? O que há para ver? O cotidiano deles está distante de ser o que fazemos todo dia. Segundo: os telespectadores decidem sim a saída de um membro do programa, mas estão longe de decidir o futuro de vida deles. È uma falsa sensação. É um “truque” muito semelhante ao das propagandas publicitárias. Terceiro: os “big brothers” são pessoas escolhidas a dedo pela produção e duvido que não foram selecionados com a intenção de cativar a audiência (da mesma forma que os atores são escolhidos para seus papéis nas telenovelas).
Para compreender o fenômeno Big Brother com mais clareza, centrei-me na questão da identificação. Os participantes do programa não se mostram como pessoas inteiras (ainda tenho fé que não são somente o que parecem). Querendo ou não, estão representando na tentativa de agradar os mais variados tipos de brasileiros. É extremamente difícil ser genuíno nesta situação. A alternativa é mostrar o que é aceito socialmente, falar sobre o que todos entendem. Porém, isto não é um empecilho para o funcionamento do programa e sim o que permite seu sucesso: qualquer telespectador pode se colocar no lugar do participante, ou melhor, ocupar o lugar do “big brother”. Vence aquele que transmite um vazio suficiente para que a maior parte dos telespectadores possa se ver no papel dele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário