
Há uma semana, no Campeonato Paulista, o Corinthians enfrentou o Santos. O jogo não foi transmitido pela TV aberta, apenas através do pay-per-view . Um torcedor santista, conhecido meu, foi assistir num bar, na companhia de amigos, santistas, são-paulinos e corinthianos. Ainda no primeiro tempo, o Santos abriu o placar e este santista cantou o hino do seu clube. Um dos amigos corinthianos revoltou-se e lhe deu um murro no queixo! Ao saber do acontecido fiquei perplexa: o torcedor foi agredido por um amigo com quem convive diariamente por causa de uma partida de futebol! O detalhe curioso é que o grupo que se reuniu para ver a partida era composto de estudantes de uma das mais conceituadas universidades públicas do país. Educação acadêmica é o que não falta para o rapaz ofensor...
Casos de agressão envolvendo estudantes de nível superior não é novidade. O fato contado abranda-se se lembrarmos do calouro de medicina morto numa universidade anos atrás...De qualquer forma, embora não tão grave, a briga entre os amigos demonstra mais uma vez que diploma não garante, necessariamente, a formação de um indivíduo que respeite o outro.
Hoje em dia, o convívio entre pais e filhos é reduzido e a escola tem um papel crucial no preparo da criança para a vida. No entanto, a Educação brasileira, desde a infantil até o ensino-médio, parece falhar na sua função. As escolas particulares cumprem com eficiência o conteúdo acadêmico, mas deixam a desejar na formação humanista dos alunos. Já nas escolas públicas, devido às condições adversas, o prejuízo é sentido em ambos aspectos.
Não é durante a universidade que se dá o desenvolvimento psico-social do ser humano. É na infância e na adolescência. Atrocidades cometidas por um estudante do nível superior refletem uma educação mal empreendida nos anos escolares. É certo que os pais desempenham um papel fundamental na formação da índole dos filhos, mas a escola, potencialmente, tem o poder de aperfeiçoá-la e, se preciso for, corrigi-la. Quando a Educação assumir este compromisso e concretizá-lo, teremos um maior número daquele tipo de profissional que se destaca não só pelo desempenho no ofício, como também por uma atitude íntegra nas relações com o outro, seja este um familiar, um amigo ou um desconhecido.
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