Mafalda


terça-feira, dezembro 25, 2018

Eu a amo! (reloaded)

Foi numa noite fria de 2013, o país fervilhava com as Manifestações de junho, quando nos encontramos pela primeira vez. Uma conversa despretensiosa, mas olhares profundos. Um novo encontro. Bate-papo e intenções mal disfarçadas. Despedida com um suave tocar de lábios, gostinho de quero mais. Desejo realizado.

Lençóis, carinhos, admiração! Vontade de estar perto o tempo todo. Sentimo-nos felizes, confiantes, destemidas. Cantamos em uníssono “Por Você” no show do Frejat, entre beijos e dança. Logo fomos morar juntas. Aprendi a fazer filé de frango e me aperfeiçoei no lavar a louça. Saíamos do trabalho correndo para os braços uma da outra. Abraço amante, abraço amigo. Ela falava da minha voz, que a fazia tremer! Eu falava do amor dela, que me fazia mais forte!
hoje quando ela vem ao meu encontro, vem com o mesmo abraço de outrora, com o sorriso largo, olhos verdes brilhantes e muitos “Eu te amo!”. E eu a recebo com todo meu amor e felicidade de poder olha-la bem de perto, tocá-la e transbordá-la de beijos, permeados de afeto, cumplicidade e intimidade.
Nosso amor se revela cada vez mais caloroso, cada vez mais visceral. “Amor de uma vida inteira!” - declaramos.

Momentos marcantes de uma história de amor

O primeiro beijo, um selinho tímido sob uma árvore após muita conversa no bar. Nossa primeira noite juntas e o dia que revelamos nossos segredos mais íntimos.
Nossas viagens. A primeira foi para Capitólio. A Érika me fez enfrentar meus medos ao fazer a trilha que levava a uma cachoeira maravilhosa. O céu da pousada... Depois Florianópolis, a primeira vez que andei de avião, as praias de uma beleza única, a balada que só tocava música latina e estava lotada de argentinos,  A inesquecível viagem para o Rio de Janeiro,  a cerveja na Urca, o Morro de Santa Teresa, a escada do Severó na Lapa; o show do Arnaldo Antunes no Circo Voador. A minha primeira viagem internacional, o bairro de San Telmo na  Argentina e o Fun Fun no Uruguai. Os uruguaios  são muito muito acolhedores e adoram brasileiros! A vinicola, a Casa Pueblo com seu ritual no por-do-sol, a graciosidade de Colonia do Sacramento e seu entardecer repleto de cores. Preciosidades do Uruguai.
Quando a Erika foi chamada para trabalhar em Santos fiquei abalada. Fomos para Barretos e eu estava chorando porque ficaria sem ela E minha mãe, já com a saude debilitada, deslocou-se da sala até  os fundos para conversar conosco. Então ela chorou e e nós também. Minha mãe transbordava amor.
Um dia eu estava bem entristecida e sentindo-me desamparada e minha sogra, D.Lenise, aproximou-se e disse que eu era como uma filha para ela.Senti-me querida e aconchegada. É imenso todo carinho, preocupação e proteção que ela sempre dispensou a nós.
A naturalidade e a alegria demonstrada pelo meu pai quando recebeu a noticia do  do casamento, Com aquele humor que lhe é peculiar, perguntou se adotariamos o Romeo.
Somos muito felizes pela nossas famílias que não só nos aceitaram  como também apoioaram o nosso amor.
A mudança para São Vicente. Cenário deslumbrante, mar e montanhas adentrando o apartamento.
A felicidade do Romeo na praia desde a primeira vez que pisou na areia com a patinha operada. Correu feito coelho e pulou ondinhas. E toda vez que lá ele passeia, vivencia como se fosse a primeira vez.
O pedido de casamento em Camburizinho. Emoção!
E o que estamos vivendo agora, organizando nosso casamento. Mal posso acreditar no que está por vir. É um sonho que eu já havia guardado.

21/12/2018, o dia que não terminou

Raiava o sol. Chegamos à praia. Abraços. A nossa playlist. A tenda como a Érika sonhara. Beleza de palpitar o coração . As fotos no arco. D. Lenise chegou. Vamos casar. É você que tem... Mãos dadas. Eu, Erika  e a canção. A Érika me perguntando se estavamos rápidas demais. Ny celebrando. Doce, terna. Nossa história. Xingu com as alianças. Juras de amor. Os olhos da Érika sorriem. Incomparavelment linda!  O presente ressignificando o passado. Olhos nos, olhos, cantando em unissono desejaria todo o dia a mesma mulher. Não há tempo. Plena, plenas. Como é gigante o meu amor por você. Agradecimentos. A emoção transborda! Solta o som de 16 toneladas. Balançam sem parar. E eu sou a menina dela...O pôr do sol e a lua cheia. Céu azul. Capoeira na areia. Ciranda. E a jangada sairá pro mar. Sobreviverei, sobreviveremos.  A dança, o ápice, o êxtase. Subitamente, olha o sopro do dragão (Iansa?). Todos por um. Um propósito: não voaras. Cessa-se a música. A força irrefreável.  Fica a melodia do vento, do chicotear das lâmpadas e do despedaçar dos vidros. Leva-se todo mal desejar. Celebramos a festa, o encanto da Cinderela das Mil e Uma Noites, o amor que ousou dizer o nome.


domingo, outubro 21, 2018

Bolso é o símbolo da intolerância, do descaso. É a mentira deslavada, é tudo que aprendi a não ser. É o cinismo. É a morte da ética, ê a negação do amor ao próximo. É o fake encarnado. É o Trump terceirizado. É o medo. É  o pesadelo mais sórdido. É o avesso do avesso. É o horror, o Jason que ataca o livre amar. A voz dissimulada. É o nada, é o nada, é o nada.

segunda-feira, outubro 15, 2018

"Houve um 15 de outubro que trouxe mais amor para o mundo" (Emanuel L'Apiccirella)

Hoje é aniversário de minha mãe, que também era professora. Admirada e amada por seus alunos, fez da vida, escola, de suas ações, ensinamentos. Não é porque se trata de minha mãe, ela era especial, quem a conheceu sabe bem disso. Não por acaso, o Centro do idoso levaseu nome. Sempre acolheu as minorias, seu respeito ao próximo era incondicional. Não ficava do meu lado, quando eu, crianca, brigava com uma amiga. Aconselhava a reconciliação, louvava a amizade. Amava seus filhos por igual, mas sem  desconsiderar a singularidade de cada um. Amava o ser humano! Cuidou do sogro, dos meus avós, da vizinha. Sempre com serenidade, sem queixas. Aliás, lembro-me de ouvir minha mãe reclamar da vida apenas depois que a doença a impediu de exercer seu altruísmo, sua liberdade. Era divertida. Achava graça de a chamarem de Tia do Racha. Dirigia como ninguém. Gostava quando eu dizia que ia tatuar "Mãe, amor eterno".(sinto não ter feito). Era católica, mas sua bondade, sua compreensão foram além. Despediu-se de mim com dois piscar de olhos. Ela não foi embora, apenas está do outro lado do caminho.
#Maeamoreterno #Amorqueeununcaviigualquenuncamaisverei
#Teamoparasempre
❤💙💚💛💜💓💗💕❤💙💚💛💜💓💕❤

sexta-feira, junho 08, 2018

O passeio


Outono, não se vê quiosque algum. Romeo corre livremente pela praia sem aquela gana de restos de alimentos, que pessoas bem educadas “esquecem”. Vejo-o correndo e imagino 
se ele sente ou não falta do Ponte G e de banhistas em geral.
Caminho, meninos jogando futebol na praia e sinto a inominável inveja. Gostaria de ter jogado quando era mais nova e penso que será que existem mulheres com mais de 40 jogando futebol nas praias de São Vicente? Sinto-me velha. Mas pelo menos jogo sinuca.
O mar desliza, parece que estou numa praia do litoral norte. Romeo quer voltar para casa. Anda em direção ao calçadão, mas o chamo e ele volta correndo de bem com a vida. Repete isso umas 4 vezes. 
Romeo foi feito para mim, é o que há de perfeito em minha vida. E dizem que nada é perfeito. Não que eu não goste de imperfeições, é o charme do cotidiano...