
Em confronto com o desconhecido
Segundo Carl Gustav Jung, psiquiatra e escritor suíço, o ser humano alcança apenas uma parte do mundo, construindo seu próprio sistema de mundo. Muitas vezes, sentimos e percebemos este sistema como única realidade possível – somos aprisionados por ele.
Teoricamente, a idéia parece complexa, mas podemos compreendê-la no cotidiano. Não só evitamos o contato com quem não pensa como nós, como também condenamos a atitude alheia por não satisfazer nosso critério de certo e errado. Agrupamo-nos com pessoas que têm valores semelhantes aos nossos. Afirmamos não ter preconceito e acreditamos tratar a todos com ética e justiça, mas isto deixa de acontecer no momento em que nossas crenças são questionadas...
De fato, é da natureza de cada um de nós a construção da própria visão de mundo. A formação de conceitos é resultado do nosso desenvolvimento e é através deles que temos acesso à realidade. Sem eles, seria impossível nosso diálogo com o outro. Por outro lado, é também inerente ao ser humano a capacidade de ponderar sobre suas crenças e modificá-las. Mas, na prática, costumamos ser intolerantes com o que nos é estranho... Quantas guerras foram travadas pela não aceitação das diferenças (étnicas ou religiosas)? Quantos conflitos familiares, no trabalho ou em qualquer outro grupo acontecem por não conseguirmos entender alguém que não pensa como nós?
Não é uma tarefa simples aceitar uma postura discordante de nossos valores. Geralmente, não é uma questão de escolha. Admitir como correta uma atitude estranha a nós, pode nos colocar em contato com aquilo que uma vez enterramos e não pretendíamos trazer à tona, pois ir ao encontro do nosso íntimo dói – dúvidas são reacendidas. Como ninguém deseja sofrer, livrar-se de um possível tormento, julgando inadequado o que é estranho, é uma forma de defender o próprio bem-estar. No entanto, este bem-estar pode ser apenas imediato, uma vez que a pessoa que se apega fervorosamente a seus princípios, tende a se relacionar com poucos, além de se frustrar demasiadamente quando é contrariada.
Sofrer ao acolher o desconhecido é geralmente inevitável. Porém, é recompensador, pois quem acrescenta a si novas idéias e atitudes, aperfeiçoando as já existentes, expande seu sistema de mundo e torna-se mais altruísta.
Segundo Carl Gustav Jung, psiquiatra e escritor suíço, o ser humano alcança apenas uma parte do mundo, construindo seu próprio sistema de mundo. Muitas vezes, sentimos e percebemos este sistema como única realidade possível – somos aprisionados por ele.
Teoricamente, a idéia parece complexa, mas podemos compreendê-la no cotidiano. Não só evitamos o contato com quem não pensa como nós, como também condenamos a atitude alheia por não satisfazer nosso critério de certo e errado. Agrupamo-nos com pessoas que têm valores semelhantes aos nossos. Afirmamos não ter preconceito e acreditamos tratar a todos com ética e justiça, mas isto deixa de acontecer no momento em que nossas crenças são questionadas...
De fato, é da natureza de cada um de nós a construção da própria visão de mundo. A formação de conceitos é resultado do nosso desenvolvimento e é através deles que temos acesso à realidade. Sem eles, seria impossível nosso diálogo com o outro. Por outro lado, é também inerente ao ser humano a capacidade de ponderar sobre suas crenças e modificá-las. Mas, na prática, costumamos ser intolerantes com o que nos é estranho... Quantas guerras foram travadas pela não aceitação das diferenças (étnicas ou religiosas)? Quantos conflitos familiares, no trabalho ou em qualquer outro grupo acontecem por não conseguirmos entender alguém que não pensa como nós?
Não é uma tarefa simples aceitar uma postura discordante de nossos valores. Geralmente, não é uma questão de escolha. Admitir como correta uma atitude estranha a nós, pode nos colocar em contato com aquilo que uma vez enterramos e não pretendíamos trazer à tona, pois ir ao encontro do nosso íntimo dói – dúvidas são reacendidas. Como ninguém deseja sofrer, livrar-se de um possível tormento, julgando inadequado o que é estranho, é uma forma de defender o próprio bem-estar. No entanto, este bem-estar pode ser apenas imediato, uma vez que a pessoa que se apega fervorosamente a seus princípios, tende a se relacionar com poucos, além de se frustrar demasiadamente quando é contrariada.
Sofrer ao acolher o desconhecido é geralmente inevitável. Porém, é recompensador, pois quem acrescenta a si novas idéias e atitudes, aperfeiçoando as já existentes, expande seu sistema de mundo e torna-se mais altruísta.