
Tempos memoráveis
Lugares têm vida própria, pois carregam consigo uma história – daí a importância de conservá-los ainda que seja apenas na memória... Ultimamente um lugar em especial vem habitando meus pensamentos. Tem sido inevitável não me lembrar do “Bar do Caju”...
Dias atrás conheci e conversei com quem dirigiu o “Caju” até 1987: o irmão do saudoso João. Seu rosto e sua voz pareceram-me familiar... Naquela noite eu soube que o “Bar do Caju” foi o primeiro bar do Brasil projetado por um arquiteto, que Inezita Barroso costumava freqüentá-lo e que, por um tempo, a venda de uísque lá só era inferior à de bares das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte! Não conheci os anos dourados do “Caju” mas senti uma saudade esquisita (aquela sensação nostálgica por algo nunca vivido por nós). Imagino que Barretos era bem diferente...
Quando comecei a freqüentá-lo, o “Caju” já não era um bar-restaurante, era um botequim. Nesta época, já estava nas mãos do João e de sua esposa. Eu adorava sentar no balcão e papear com ele. Quando eu e minha amiga Amanda passávamos por lá durante o dia, parávamos apenas para conversar – o João tinha fama de ranzinza, mas conosco raramente ele se portava assim. As ocasiões que ele ficava extremamente mal-humorado eram aquelas que, por ter festa grande no Grêmio (“Peão e Sambão”, por exemplo), o seu bar lotava: além do trabalho triplicado, era mais provável haver brigas. Em dias assim, as bebidas eram servidas apenas em copos de plástico e quem era freqüentador assíduo sabia que o João não estava para conversa.
Tenho saudade! E afirmo com certeza: todos meus amigos que conheceu o “Bar do Caju” também têm. Nos fins de semana, não era preciso combinar onde nos reuniríamos, pois, mesmo que fôssemos para outro lugar, o ponto de encontro da turma era lá... Conheci muitas pessoas no balcão e nas mesas que ficavam na calçada. Com algumas, travei uma amizade preciosa. Ouvi piadas e conversas “cabeças”. Às vezes entrávamos na boate do Grêmio, outras permanecíamos no “Caju” durante a noite toda...
Quando saio com meus velhos amigos, não há uma noite sequer que não lembramos do João e seu “Bar do Caju”. Ele faleceu no dia em que o futebol brasileiro conquistou o pentacampeonato. Desde então, para nós, a noite barretense não foi mais a mesma...
Lugares têm vida própria, pois carregam consigo uma história – daí a importância de conservá-los ainda que seja apenas na memória... Ultimamente um lugar em especial vem habitando meus pensamentos. Tem sido inevitável não me lembrar do “Bar do Caju”...
Dias atrás conheci e conversei com quem dirigiu o “Caju” até 1987: o irmão do saudoso João. Seu rosto e sua voz pareceram-me familiar... Naquela noite eu soube que o “Bar do Caju” foi o primeiro bar do Brasil projetado por um arquiteto, que Inezita Barroso costumava freqüentá-lo e que, por um tempo, a venda de uísque lá só era inferior à de bares das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte! Não conheci os anos dourados do “Caju” mas senti uma saudade esquisita (aquela sensação nostálgica por algo nunca vivido por nós). Imagino que Barretos era bem diferente...
Quando comecei a freqüentá-lo, o “Caju” já não era um bar-restaurante, era um botequim. Nesta época, já estava nas mãos do João e de sua esposa. Eu adorava sentar no balcão e papear com ele. Quando eu e minha amiga Amanda passávamos por lá durante o dia, parávamos apenas para conversar – o João tinha fama de ranzinza, mas conosco raramente ele se portava assim. As ocasiões que ele ficava extremamente mal-humorado eram aquelas que, por ter festa grande no Grêmio (“Peão e Sambão”, por exemplo), o seu bar lotava: além do trabalho triplicado, era mais provável haver brigas. Em dias assim, as bebidas eram servidas apenas em copos de plástico e quem era freqüentador assíduo sabia que o João não estava para conversa.
Tenho saudade! E afirmo com certeza: todos meus amigos que conheceu o “Bar do Caju” também têm. Nos fins de semana, não era preciso combinar onde nos reuniríamos, pois, mesmo que fôssemos para outro lugar, o ponto de encontro da turma era lá... Conheci muitas pessoas no balcão e nas mesas que ficavam na calçada. Com algumas, travei uma amizade preciosa. Ouvi piadas e conversas “cabeças”. Às vezes entrávamos na boate do Grêmio, outras permanecíamos no “Caju” durante a noite toda...
Quando saio com meus velhos amigos, não há uma noite sequer que não lembramos do João e seu “Bar do Caju”. Ele faleceu no dia em que o futebol brasileiro conquistou o pentacampeonato. Desde então, para nós, a noite barretense não foi mais a mesma...
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