Mafalda


quarta-feira, março 21, 2007


O momento do basta!

Quando temos um problema de saúde e sabemos que a ingestão de certa substância agrava nosso estado, o que fazemos? Normalmente, ou deixamos de consumi-la ou reduzimos a sua absorção. Se formos adictos a ela, abandoná-la exigirá uma transformação de nossos hábitos acompanhada de uma adaptação do nosso organismo. Porém algumas pessoas, mesmo cientes do mal que estão fazendo à própria saúde, não abdicam das práticas nocivas...Como qualificamos tais indivíduos? Insensatos, estúpidos, suicidas?
Agora, examinem esta situação: estamos imersos num organismo gigantesco que por bilhões de anos conseguiu manter um equilíbrio ideal para que vivêssemos nele. Décadas atrás, “ele” deu os primeiros sinais que sua harmonia fora afetada. Não demos muita atenção, pois o conhecimento nos havia ensinado que este organismo era forte o suficiente para se recuperar por si só. Assim, perpetuamos nosso “progresso”, garantindo a satisfação de nossos desejos. Mas, inesperadamente(?), a saúde do imenso organismo vem se tornando cada vez mais debilitada. Inevitável: a natureza está exibindo sua “insanidade”! Sim, sempre existiram furacões e terremotos. Porém, as regiões e intensidade costumavam ser previsíveis. Antes, os cientistas consideravam ser impossível um furacão no Atlântico Sul...Lembram-se do furacão Catarina que atingiu o Sul do Brasil em março de 2004? E o que dizer das altas temperaturas, das chuvas torrenciais com suas conseqüentes enchentes?
Assisti ao documentário “Uma Verdade Inconveniente”, do ativista e ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, o que me impeliu a escrever estas linhas. Vejam! Não há como permanecer indiferente à questão do aquecimento global depois dos dados ali apresentados. Parece ficção científica, mas infelizmente não é. Se continuarmos com as mesmas atitudes, despejando inconseqüentemente gás carbônico na atmosfera, daqui a apenas 50 anos (!) este grande organismo o qual chamamos Terra não será apto à vida humana. Em relação às autoridades estadunidenses (que insistem em ignorar o fato de que o ser humano é o responsável pelo descontrole ambiental), Al Gore ironiza: “É difícil para um homem entender algo quando seu salário depende do seu não entendimento” (Upton Sinclair).
Como é mesmo que qualificamos aqueles que mantém os mesmos costumes embora saibam o mal que estão causando?

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