Mafalda


quinta-feira, janeiro 24, 2008


Nos olhos de quem vê

Dias atrás, assisti pela primeira vez a um programa no canal Futura chamado “Não é o que parece”. Cada semana o programa aborda um tema e nesta ocasião o assunto era “Beleza”. De forma bastante dinâmica e recheada de depoimentos, tanto de pessoas comuns quanto de especialistas, foi discutido se o que é considerado belo depende do julgamento de cada pessoa ou se existe realmente um modelo de beleza universal.
Entre tantos depoimentos, o de uma garota de apenas 11 anos chamou bastante a minha atenção. Ela mostrou seu trabalho de escola que, através de ilustrações feitas por ela mesma, mostrava que o padrão “Barbie” é uma ilusão. Enquanto exibia seus desenhos, ela dizia que ninguém jamais será como a Barbie e que fantasiar é necessário, mas que não se deve esquecer a realidade. Outra colocação que achei bastante relevante foi a de uma psicóloga. Segundo ela, o padrão de beleza feminina atual é o da top model Gisele Bündchen e poucas pessoas conseguem atingi-lo. Ela enfatiza que é preciso modificar este padrão, pois não alcançá-lo tem gerado muito sofrimento: um padrão de beleza deveria abranger a maioria e não uma minoria.
Quem determina um padrão de beleza? Na Renascença, o exemplo de beleza era totalmente diferente. De forma bastante humorada, o programa mostrou que as mulheres retratadas naquela época teriam que fazer inúmeras “lipos” e os mais diversos tratamentos para se enquadrarem no padrão atual. Mas não é preciso voltar tanto tempo assim: em vinte anos, o modelo de beleza se modificou bastante. É difícil dizer se é a maioria que, de forma espontânea, elege um padrão, ou seja, se há um consenso e por isto este padrão se sobressai ou se este padrão é imposto pela mídia, incessantemente, de maneira a se tornar temporariamente universal. É mais provável que seja uma via de mão dupla: a mídia apresenta a “bola da vez” e testa a adesão do grande público. Quando a maioria aprova, surge um novo modelo.
Mas ainda que apreciemos as beldades da televisão, do cinema e das passarelas, nossas escolhas pessoais, na maioria das vezes, não obedecem a estes critérios: o que nós achamos belo é subjetivo e, no mundo real, a beleza interior é deveras importante!

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