Mafalda


domingo, novembro 19, 2006


Tente mais carinho

Depois de muita conversa com amigas, amigos e comigo mesma, cheguei à conclusão que a grande queixa da mulher em relação ao parceiro, quando a fidelidade é incontestável, é a pouca atenção que ele despende a ela. Mesmo que o parceiro é deveras atencioso, às vezes, não basta – como disse uma amiga: “Quanto mais atenção a mulher tem, mais ela quer”. Concordo em partes.
Eu acredito que nós mulheres queremos ser ouvidas e acolhidas no cotidiano. E quando estamos aborrecidas, necessitamos ser compreendidas com paciência dobrada. Às vezes, a mulher esclarece seus anseios ao seu parceiro e ele a atende. Mas isso dura por um tempo, logo ele volta agir como outrora. Quando a mulher reclama, efetivamente, ele reage dizendo que ela nunca está satisfeita...
Assisti a um filme, “Separados pelo Casamento”, que retrata de forma cômica, mas verdadeira, vários aspectos do conflito entre casais. Há uma cena em que a esposa diz para o marido: “Eu queria que você quisesse levar a louça”. De fato, nós aspiramos que o companheiro sinta necessidade de nos agradar - desejamos que eles queiram de espontânea vontade. Assim, esperamos que para ele seja imprescindível nos dar atenção e ficamos extremamente irritadas quando precisamos solicitá-la sempre. Porém, nos equivocamos ao julgar que a falta de atenção significa menos amor, pois mulheres e homens são diferentes e a forma como amam é igualmente distinta.
Precisamos deixar de considerar o nosso jeito de amar como sendo o único modelo possível, percebendo as atitudes amorosas do parceiro mesmo quando não forem aquelas que esperamos. Isso não significa que devemos nos contentar com pouco, e sim tentar enxergar além de nossas carências. Vale a pena desfrutar do que ele oferece independente de suas ações serem espontâneas ou não, pois fazer algo apenas porque pedimos pode demonstrar que ele só fez porque nos ama. Quanto à falta de atenção, devemos dizer, sempre com ternura, o quanto isso é importante para nós. Será mais fácil conseguirmos o seu carinho, mesmo se tivermos que falar inúmeras vezes. Com o tempo, ou ele muda ou nos acostumamos a pedir seu acolhimento constantemente. Se nada disso nos satisfaz, está na hora de pensarmos se é realmente esse amor que queremos viver...

Nenhum comentário: