
O voleibol e a vida
Estive pensando como um esporte pode representar o espetáculo da vida. E talvez seja também por isso que sua prática nos faz tão bem, tanto para o corpo quanto para a alma. Escolho o voleibol para fazer minha comparação, já que é a este esporte que me dedico atualmente. Imagine que você e seu ambiente sejam um time de vôlei e a partida a sua vida.
O saque é o princípio, o impulso inicial daquilo que você deseja realizar. Se o que enfrentar for fácil, alcançará de imediato o objetivo como se fizesse um ace (ponto de saque em que a bola não toca em nenhum jogador adversário, caindo direto na quadra). Porém, a maioria das situações não se resolve prontamente. Você poderá encontrar obstáculos que o atinge como um ataque: a “força” dele e a forma como você se dispõe a recebê-lo decidirão o que deve ser feito. Se perceber que não é possível trabalhá-lo (analisá-lo, refletir sobre ele), seja por ser muito doloroso ou por você não poder arcar com as conseqüências no momento, simplesmente passe-o adiante e siga vivendo...
Já, ao notar que o “ataque-problema” pode ser pensado, é importante considerar que a maneira que você o recepciona será determinante para a sua solução. Se você estiver distraído ou indisposto, provavelmente apenas se defenderá: a consecução do próximo passo será prejudicada e exigirá mais esforços, seus e daqueles que o rodeiam, logo, ou você continuará com o incômodo ou terá um resultado insatisfatório, bem distante do ideal. No entanto, se você encarar a situação, atentando-se para as exigências do seu corpo e de sua alma bem como daquilo que de você esperam, colocará carinho antes de tudo: assim a questão será amortecida (ou abrandada), será mais fácil (ou prazeroso) o outro te ajudar e, enfim, você alcançará o que deseja com grande êxito, tal como uma bela cortada!
Conforme acontece no voleibol, na vida também nos machucamos. Às vezes, é possível continuar com nossas atividades normalmente, quando o “ferimento” não dói (ou não atrapalha) tanto. Todavia, em alguns momentos precisamos sim suspender nossas ações corriqueiras especialmente quando sentimos que estamos sem forças (ou despreparados) para lidar com certas situações, seja qual for o motivo. Nessas ocasiões, retirar-se para recuperar o equilíbrio não é covardia, mas um ato de sabedoria. Pois, “jogar” extremamente “contundindo” pode prejudicar não só um set como uma vida inteira...
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