
Espelhos
Todos se defrontam com um espelho cotidianamente, seja no lar, no trabalho ou mesmo numa simples poça d’água. Olhar-se no espelho, mesmo que hoje em dia seja bastante banal, é fascinante! O espelho nos dá a dimensão de como estamos, e engana-se quem acha que esse reflexo seja apenas de nossa aparência física: podemos ver também o estado de nossa alma...
Além de nos refletir, o espelho pode contribuir para que nosso ânimo seja mantido, agindo como um aliado ou como um implacável inimigo. Se estivermos em paz com nós mesmos, enxergaremos uma bela imagem, independente, por exemplo, de nossa idade e de nosso peso. No entanto, se nos sentimos amargurados, o reflexo enfatizará aquilo que está fora do ideal de beleza e, conseqüentemente, martirizamo-nos ainda mais. Neste momento, é preciso reagir e perceber que ali está projetada também a nossa tristeza. É evidente que o espelho não é uma mera ilusão – ele nos dá uma estimativa de nossa realidade física/emocional e a oportunidade para que a modifiquemos.
Ocasiões em que “brigamos com o espelho” acontecem comumente. E, às vezes, no mesmo dia, mudamos de opinião sobre o que “ele” nos mostra. Porém, quando a imagem vista é extremamente distorcida e por um longo período, torna-se muito preocupante. A pessoa com anorexia, por exemplo, por mais magra que esteja, olha-se no espelho e enxerga-se obesa. Em casos como este, não adianta simplesmente tentar convencê-la do contrário ou esperar que ela faça isso por conta própria – é necessária ajuda profissional.
No entanto, no dia-a-dia, as pessoas as quais convivemos podem nos auxiliar. Elas representam outra espécie de espelho, cujo nosso ânimo não desfigura. Certamente, aqueles que nos prezam, anseiam pelo nosso contentamento. E, justamente por se importarem conosco, não opinarão de forma a nos ridicularizar. Assim, estando aborrecido, amargurado, ou simplesmente desanimado, tome cuidado ao olhar-se no espelho. Reflita! Se não gostar do que vê, não se precipite avaliando-se drasticamente: pergunte a um ente querido como você está. Pedir este tipo de ajuda não é sinal de fraqueza ou insegurança, mas sim uma forma de ampliarmos o espelho para além do olhar enviesado por nossas emoções.