Criança diz: "posso fazer carinho no cachorro?". Adulto não fala carinho. Pede para passar a mão.
Criança faz perguntas existenciais. Se o interlocutor não for sensível à altura, que se recolha em seu silencio. A crianca cria suas proprias respostas, ressignifica sua experiência. Talvez encontre alguem que ainda vê beleza num grão de areia.
Criança não tem amarras. Seu pensamento , é livre. Atem-se ao momento, sem esforço. O futuro é brincar.
Mas sua paz é roubada quando ela entra na escola. O mundo, antes experenciado como um todo, é fracionado em disciplinas e a curiosidade amputada pela necessidade de acertar. O dever de casa macula o ludico e a crianca se depara com preocupacões outrora inexistentes. Sua singularidade é olvidada, dado que o professor, atrelado às demandas institucionais, fica impossibilitado de identifica-la e acolhe-la.
Aprender para vida se dá na interação com o mundo que nos cerca. A sala de aula enquadra, limita. Lá, o ensino volta-se para o bom desempenho nos processos seletivos, ainda que falte uma década para sua realização.
É de Rousseau a máxima "A infância é o sono da razão". Despertamos cedo demais.
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