Mafalda


quarta-feira, maio 11, 2011

Meus dias sem internet

            Ficar alheia à internet é como estar isolada do mundo. Este é meu sentimento.
            Nunca assisti muito à televisão. Acostumei-me a ler e ver apenas o que me interessa. Sou avessa a imposições.
            E a minha inacessibilidade se deu justamente num período em que o twitter está fervendo pela morte (?) de Bin Laden. Gostaria de ver as diversas opiniões daqueles que sigo e também compartilhar o que penso.
            E não estou acessando meu orkut e colocando as fotos de quando meu amigo Calunga esteve aqui em Rio Preto para tomar cerveja importada até esquecer quem ele era. Não posso fuçar na vida dos outros (sim, faço e gosto). Não sei mais quem faz aniversário e nem avisar aqueles que não estavam se lembrando de cumprimentar um amigo.
            Estou aqui fazendo o prático da vida. No momento, escutando o disco novo dos Strokes.
Também estou sem fogão e por isso tomo café da manhã todos os dias na minha amiga Lolô (mas ela nunca teve banda larga). Depois trabalho. Lá só posso acessar e-mail e tenho que ser rápida.
Bem, já são 6 dias sem internet e até agora não tive sintomas graves de abstinência. Mas fica nítido o papel da rede na minha rotina, pois era justamente o momento desta, de expandir minha vivência, de encontrar semelhantes e vasculhar novidades musicais.
Sinto-me numa bolha. Sinto-me limitada.
Até poderia ir até uma lan-house, mas jamais seria a mesma coisa de chegar em casa, ligar o pc, acender um cigarro e me deixar levar.
Não espero ansiosamente meu moden da Telefônica porque sei que poderá demorar mais umas das semanas. No próximo fim de semana, em Barretos, estarei de volta à net, ainda que por apenas 3 dias.
 No entanto, o tempo da net é sempre o agora. Já sei que perdi o time. Mas não quero ser dramática, o mundo sempre traz surpresas e talvez, como disse meu amigo Luiz Augusto, tenha morrido apenas uma lenda americana...

[Escrito em 04/05/11]

segunda-feira, março 07, 2011

Nostalgia

Lembro-me das matinês de carnaval. Marchávamos em circo. Era a "roda". Levava tombos, divertia-me. Esperava o ano inteiro por aquele momento. Era mágico, era pleno!
Vendo um documentário sobre o carnaval, sinto nostalgia. É mais que saudade: tem tristeza ar...
Eu havia me esquecido da premissa de que no carnaval tudo é permitido. No meu carnaval tudo foi permitido somente quando criança. Sonhava e fazia. Não havia transgressão. Era natural.
Mais tarde, haviam os horários, a vontade de experimentar, os desafios. A necessidade de querer mais. Mas não era tudo permitido. E agradeço que assim tenha sido. Beijos e frustrações. Danças, cigarro, cerveja e lança-perfume. Tinha sempre que voltar.
Depois, vieram os carnavais em meio à natureza. Desejos contidos. Premissas do que ainda estava por despertar...
Já não me recordo mais da última vez que estive em sintonia com o carnaval, deixe-me levar. Hoje, não queria estar em nenhum lugar. Talvez no passado, a girar.

sábado, janeiro 22, 2011



Quero

Demora para doer e quando dói e tão intenso que dá vontade de não existir.
Não era para sim. Não pensei que seria. Não queria mais sentir isso que nem ao menos sei nomear. Angústia talvez. Angústia de me sentir impotente. Impotente diante de meus próprios sentimentos, dos meus desejos, de minha  necessidade de precisar. Quero estar só. Quero estar bem. Não quero precisar. Quero ser livre.
Não quero magoar, também não quero me sentir carente. Não quero saber que sem mim é indiferente. Quero esquecer.
Quero voltar a voar sozinha. Quero criar. Quero gargalhadas. Quero chorar pelo que vale a pena. Quero minhas quatro paredes. Quero sentir o vento e quero me alegrar com um sorriso de bom dia.  Não quero esperar.
Quero dizer o que penso. Não quero agradar. Quero que gostem de mim com toda minha contravenção. Não preciso, não preciso...
Quero minha força, meus olhos, meu gosto.