
Tem dias que me espanto com condutas que se travestem de precupação alheia para exaltar um pseudo bom caratismo, uma vez que visam apenas o bem de quem as empregam.
Sim, já agi com segundas intenções. E muitas vezes sou egoísta. Encaro isto, atualmente, questão de sobrevivência.
Mas não engulo quem veste a máscara de bom cidadão, usa retórica ardilosa para trapacear, não se expõe e, no final, beneficia-se não só com vantagens pessoais como também com o apreço e estima do público.
O que também não suporto são aqueles que se auto-intitulam detentores de um saber superior e são incapazes de ouvir uma opinião divergente. Menosprezam a vivência popular e descartam qulaquer argumento que não condiz com seu constructo de mundo.
Inúmeras vezes me peguei pensando [arrogantemente, talvez]: "Dizem saber tanto, mas ignoram a diversidade da vida humana. Isto sim é um não-saber."
Posso estar equivocada, pois é este o tipo de pessoa que é bem visto pelos outros, que convence a maioria e que é admirada. Seu saber inalcançável não deixa possibilidade de diálogo: somos tão insignificantes que podemos somente escutá-lo. O que aprendemos? O quão profunda é nossa inferioridade.
Mas talvez meu universo de contato esteja demansiadamente reduzido.
Talvez fazer especulações sobre o caráter do outro não traga nada de frutífero a mim.. Talvez um dia eu não importe mais com o apreço alheio e me contente com a satisfação intrínseca. Ou talvez eu mude e encare com normalidade o ineditismo da virtude.
Só direi "talvez", pois depois de assistir "Dúvida", temo proclamar com convicção qualquer afirmação.
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