
Quando conheço alguém, por mais que não me cause boa impressão, acredito ser ele, no íntimo, uma boa pessoa. Talvez seja ingenuidade minha pensar que todo ser humano tem propensão para o bem e, se ele age de forma contrária a isso, é porque não lhe foi dada oportunidade de ser diferente. O interessante é que me decepcionei inúmeras vezes e ainda sim continuo acreditando...
Acho extremamente desagradável um ambiente de desconfiança mútua. Quando me dizem para não confiar em alguém, eu escuto, mas prefiro descobrir por mim mesma se tal pessoa merece ou não minha confiança. No entanto, venho percebendo que ultimamente estou me deixando levar pelo julgamento alheio. Estou acreditando no que a maioria diz, esquecendo-me que uma opinião unânime pode ser equivocada e injusta. Pois num grupo há sempre aquele que leva a culpa por tudo e ao chegar um novo membro, é necessário que ele também reproduza o que já está estabelecido: assim não haverá mudanças e questionamentos. Desta forma, quem já era apontado como a “ovelha negra”, continuará respondendo por qualquer instabilidade que surgir.
Existem pessoas que têm dificuldade de assumir os próprios erros, de pedir desculpas e aceitar as próprias limitações. Este tipo de pessoa, quando em grupo, a fim de se sobressair, procura eleger alguém como bode-expiatório e, através de intrigas encobertas, busca colocar todos os outros contra o escolhido. Por outro lado, esta pessoa não se comporta como um líder: ela vive à sombra do líder. Normalmente é uma pessoa perspicaz, carismática, mas que se afrontada utiliza de fragilidade para expiar seus erros. Ela se alimenta, mesmo que inconscientemente, da instabilidade do grupo, pois se o grupo tornar-se unido poderá trazer à tona seus medos e fraquezas.
Eu confesso que em grupo é realmente cômodo concordar com a maioria, unir-se a ela. Quem toma as dores do bode-expiatório é isolado juntamente com ele, correndo ainda o risco de se tornar o novo alvo... Percebo que minhas impressões, antes de me deixar influenciar, estavam corretas. Ainda acredito na boa-índole do ser humano, mas preciso aprender a discriminar quando estão usando a minha boa-fé para atingir alguém inocente.
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