
Existindo (?) no virtual
É paradoxal essa vida de "orkuteira"...Sou capaz de passar o dia inteiro escrevendo nas comunidades mas quando o chega o fim do dia parece que nada fiz...É um vazio e tanto!!! Não faz diferença se converso no msn, tenho a mesma sensação...
Certamente, o contato virtual jamais irá substituir um bom bate-papo. É infinitamente mais gostoso ter alguém ao seu lado, ver o seu espanto, seu prazer, sua reprovação. O irônico é que tentam tornar o contato virtual o mais real possível (câmeras, skipe etc...). Nós nos isolamos e procuramos encontrar amigos, perdidos ou virtuais, atuais...Ficamos espontâneos, podemos falar o que nos vem à cabeça, sem hesitação. Ficamos amorosos, cultos, anônimos...No orkut, podemos realmente "ser" A SOMA DOS NOSSOS SONHOS (acho que neste caso SONHO se aproxima mais do significado de FANTASIA...). E o que fazemos no mundo lá fora? Amamos, conversamos, debatemos, apaixonamos, fazemos amigos como no ORKUT? Seria lindo se o real fosse o orkut. Se fôssemos esta grande comunidade. Se a cada dia quiséssemos somar mais amigos gastando o mesmo tempo que ficamos no Orkut. Formássemos ONGs, batalhássemos, falássemos que amamos as pessoas queridas!!!
Falando nisso, preciso cuidar do meu coração, ele está ficando tristinho. Estou com sérios problemas de orkutismo...Temo que quando acabar minhas "férias" eu só tenho a falar sobre o orkut. Temo não ter mais amigos para conversar quando estiver sem a net. Temo a solidão que o mundo virtual mascara facilmente mas que também te joga nela no momento em que a tela se apaga.
2 comentários:
É minha querida filósofa, você está certa. A vida on-line não é vida, é simulacro. As pessoas acreditam que isto pode ser revolução, oras... num país com tanto excluídos digitais (principalmente porque lhes falta não um PC, mas simplesmente deixar de ser analfabetos funcionais) como se orgulhar de ser campeão em proezas digitais? De que adianta ter os melhores hackers, o maior número de orkuteiros, etc, etc... se falta comida na mesa de tantos, se falta livros para o povo, se a verdade oficial vem na voz de falsos intelectos (vide Jô Soares e Arnaldo Jabor)?
Não devemos perder a dimensão real da vida, o cotidiano verídico, pois este ainda existe sem spans e outras propagandas do gênero.
Beijos mil de quem te ama pacas...
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