
O conviver exige certa mutilação do Eu...Não se pode SER inteiramente. Dizer o que se pensa não é dito. Há filtros. E quem não segue as normas, marginaliza-se. Já tentou falar na lata? Quantas vezes se deu bem? Durante a embriaguez é permitido. Mas já falou no jantar? Podemos opinar sim, mas assertivamente. Com polidez. A verdade é aceita com humor. Piadas. As piadas são o não dito. Ser engraçado até que é bom...Porém chega o momento em que é preciso dizer seriamente. Cuidado. Diga mas não se exponha. Fale meias verdades. Tenha precaução se não quer ser “mal visto” e tornar-se uma persona non grata. A "inquisição" existirá enquanto o mundo existir. Ninguém quer escutar o que não consegue dizer para si mesmo. Cuidado! Não se torne o escolhido: aquele que dirá pelos outros, mas também pagará por todos . Não seja tolo! Não queira ser diferente. Ser igual é fácil, é cômodo, é aceito. Não dói. Não sentirá êxtase, mas também passará longe de angústias. Não é assim que devemos ser? Sensatos, equilibrados, pontuais, eficientes, agradáveis? Leia. Mas nada que te deixe para baixo, nada que te faça pensar na mediocridade do cotidiano. Festeje. Mas esconda-se quando sair da norma. Beije seu parceiro com discrição em ocasiões sociais. Não desperte desejos, inveja, ciúme. Controle-se. Sorria. Fale mal depois. Insira-se no circo. “Tim, tim!”