
“Não há paz, evitando a vida” *
Evitar a vida é não viver. Mas o que é viver? Há várias formas, cada um vive à sua maneira.. Se eu disser que apenas como e durmo, estou vivendo? NÃO! Não há como viver assim...Precisamos, nós humanos, de muito mais. Precisamos do outro. Nem que seja na nossa imaginação. Precisamos de uma referência para viver. Precisamos de um sonho. Precisamos realizar algo que dê sentido à nossa existência. Trabalhar...Amar...Ter amigos...Família.
Sem essa vida, nem escrever é possível. Há momentos que não há mais o que imaginar. Lembranças do passado causam sofrimento. Nostalgia sem perspectiva futura apenas dói. Podemos viver sem o amor sensual, mas não podemos viver sem sonhos. Precisamos amar o futuro, amar o amanhã. Viver apenas um dia após o outro, não é vida, é apenas o tempo passando. Ver o tempo passar e ter a sensação que você parou bem atrás é angustiante. É o momento onde se percebe que se está evitando a vida e de onde vem o tormento. È preciso agir. Mas por onde começar? Evitar a vida não é tão mal assim: não há compromisso nem com você mesma. No entanto, a dor volta, invade o dia. Uma hora passa, algo te distraí. Sozinha outra vez, a vida bate à porta dizendo que não há como escapar
Não sei o que Virgínia Wolf* quis dizer com esta frase...Não sei o contexto. Mas ela me chamou atenção. Há quem evite a vida por alguns momentos, há quem a evite por anos. Há quem na beira da morte se angustia ao perceber que não viveu. Eu sofro há cada momento que percebo que estou como a Carolina do Chico na janela...Luto contra a comodidade de continuar assim. Saio para a vida. Ela não é o Paraíso mas enfrentá-la não sentir-se morto, é simplesmente viver.